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Hospital de Santo André abraça o Gungo: uma noite de solidariedade e envolvência


O auditório do Hospital de Santo André encheu-se até ao último lugar para uma sessão que ficará na memória de todos os presentes. Médicos, enfermeiros, técnicos e membros da administração, bem como voluntários, Coordenadores e amigos da Atlas, quiseram ouvir e sentir o testemunho daqueles que, em nome da solidariedade, atravessaram fronteiras para servir quem quase nada tem.

A sessão, apresentada pela Dra. Helena Vasconcelos, assinalou a apresentação da Missão Médica Kamba Gungo, Saúde e Intervenção Comunitária que decorreu no Gungo, em Angola, promovida pela Atlas e financiada pelo Programa Saúde nos Junta, da Secretaria-Geral do Ministério da Saúde, e apoiada pelo Hospital de Santo André.

O encontro contou também com a presença do grupo Ondjoyetu, ligado à Diocese do Sumbe, geminada com a Diocese de Leiria-Fátima, bem como de muitos outros que têm dado rosto e mãos à missão do Gungo.

Durante a apresentação, foi explicado o trabalho da Atlas, uma organização não-governamental para o desenvolvimento que, com coragem e simplicidade, se dedica à promoção do desenvolvimento humano, da educação e da saúde nos lugares onde a carência é regra e a esperança é resistência.

O tema da noite centrou-se nas condições extremamente precárias em que vivem as populações do Gungo, um território onde as estruturas de saúde praticamente não existem e onde a falta de recursos básicos transforma cada doença numa verdadeira batalha pela vida.

Os médicos e enfermeiros voluntários que regressaram recentemente partilharam um testemunho arrepiante, descrevendo o impacto de se depararem com realidades que ultrapassam a imaginação — vidas que se perdem por falta de medicamentos, de instrumentos, de conhecimento médico elementar. Palavras simples, mas carregadas de emoção, ecoaram num silêncio denso, onde cada um sentiu a urgência de fazer mais.

Foi ainda exibido um vídeo da permanência na Donga-Gungo, mostrando a beleza bruta da terra e o sofrimento dos que nela habitam. As imagens reforçaram a dimensão humana desta missão, feita de sacrifício, fé e amor sem retorno.

No final, ficou uma certeza partilhada: a solidariedade também é um ato de cura. O Hospital de Santo André, através dos seus profissionais e voluntários, deu um exemplo comovente de altruísmo, de serviço e de humanidade.

Um obrigado sentido a todos os médicos, enfermeiros e colaboradores que tornaram esta noite possível, uma noite de confidências, de testemunhos e de esperança que renova a fé no poder do bem.

Américo Oliveira

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