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Uma Páscoa Gastronómica, região centro

A Páscoa é, das celebrações Católicas, a mais importante. Não só pelas festividades associadas ao fim da Quaresma como também porque marca o início de um novo ciclo, um ciclo de fertilidade, de renovação e vida abundante. Muito do simbolismo pascal, projeta-se nas práticas alimentares, gastronómicas e etnográficas que vivenciamos por esta época.

Esta prática de associação entre o sagrado e o profano, no qual se encaixa também a gastronomia, reveste-se de um simbolismo que, no passado, teve muito mais importância que nos dias que correm. Um bom exemplo é a prática do consumo do borrego ou cabrito nesta época festiva, dependendo da região. Este consumo retrata-se na prática dos Hebreus que na Páscoa sacrificavam um cordeiro em honra de Jesus Cristo, que também havia dado a sua vida para libertar o seu povo. Esta prática alimentar e gastronómica no fim da Quaresma, estava normalmente circunscrita à celebração da Páscoa, a um Batizado, Casamento ou outra festa de maior importância das famílias. Era habitualmente com um animal de aproximadamente um ano que se faziam maravilhosos cabritos e borregos assados no forno, em ensopados ou caldeiradas.

A prática de aguardar pelos momentos festivos para consumir determinadas iguarias, perdeu-se.

Com a popularização dos restaurantes gastronómicos, que destacam e dão palco ao melhor da culinária local, a produção em escala para o comércio de retalho, a democratização dos preços e o acesso a bens alimentares até então limitados a determinadas épocas, permitem que hoje se possa adquirir e confecionar todo o tipo de ingredientes em qualquer época do ano.

A Região Centro tem tudo o que precisamos

A Região Centro de Portugal não é exceção a este movimento de mudança no paradigma alimentar e, por conseguinte, conseguiu popularizar muitas das iguarias gastronómicas associadas à quadra da Páscoa. Alguns desses bons exemplos são a famosa Chanfana da Chainça, lugar onde a cabra e os seus rebanhos ganham destaque, providenciando o cabrito na quadra da Páscoa. Mas também o Leitão da Boavista, que, há boleia dos grandes centros de produção e abate da freguesia, se popularizou bastante com alguns restaurantes a fazerem fronteira com a EN1/IC2 há várias décadas. É, de resto, com a melhoria das estradas, dos meios de transporte e o aumento da circulação de pessoas que toda esta gastronomia mais circunscrita se popularizou, e ainda bem.

Para esta quadra escolho o Leitão à Boavista

Escolho o Leitão à Boavista por razões de ordem pessoal, é o meu prato gastronómico de eleição, e nutricionais, porque não devemos excluir a gastronomia local da nossa alimentação, antes moderar na quantidade e apostar na diversidade. No caso do leitão, por ser fornecedor de gordura em grande quantidade, devemos reservar apenas para dias especiais, enaltecendo a sua riqueza gastronómica em momentos de verdadeira festividade. E, querendo fazê-lo em casa, compraria uma assadeira de Barro da Bajouca, daquelas que dão para deixar leitão suspenso. Preparava uma pasta de alho pisado no almofariz, com sal da Figueira da Foz e pimenta em grão (branca e preta), à qual juntaria depois banha de porco. Logo barrava o leitão com o preparado, recheando o seu interior com metade da pasta de tempero (fechando com agulha e linha a barriga). Por baixo do leitão deixaria batatinhas novas com casca, apenas cortadas pela metade. Levaria a assar em forno bem quente, tendo o cuidado de não deixar assar demasiado as batatas (uma folha de couve a tapar lá mais para o final), cerca de 1h15 a 1h30 para um leitão de 4 a 5kg. Esta iguaria especial da nossa região acompanha bem com uns grelos ou nabiças cozidas, ou uma salada de várias verduras que tenham muita cor a lembrar a primavera, cheia de cor e sabor.

Boa Páscoa com boa gastronomia!


Autor
Rui Lopes
Nutricionista e Voluntário no Projeto Velhos Amigos

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Compassos da vida.

Iniciei a escrita deste texto a pensar no título de uma canção do extraordinário Sérgio Godinho: “Mudemos de assunto”.


Por mais que tente “mudar de assunto”, tenho ido parar ao mesmo: a minha perceção de que, neste momento social, as pessoas em idade ativa parecem estar divididas em dois compassos. Por um lado, trabalhadores que estão, de momento, desempregados, em espera da desejada “retoma” e a refazerem expetativas de forma a se ajustarem às oportunidades que surjam. Por outro lado, os trabalhadores no ativo que, independentemente do setor de atividade, estão a viver num ritmo frenético e avassalador.


Curiosamente, a média de idades dos voluntários da ATLAS é de 41 anos, a maioria estará a trabalhar. Há, certamente, episódios de vida comuns entre nós: mais um turno que é preciso fazer na fábrica num pico de produção; horas extra no escritório para concluir um relatório; prolongamento do horário para apoio logístico a tantos pedidos de clientes; videochamadas sem fim quando o trabalho invadiu a nossa casa, etc..
Trabalhar produtivamente é salutar e esperado nesta etapa do ciclo de vida (que se prolonga até cerca dos 60 anos). A par da produção e criatividade na atividade profissional surge a necessidade de criar e cuidar da família.


O meu ruminar de assunto tem a ver com isto mesmo: neste mundo materialista, dos números e das metas, a balança sai muitas vezes desequilibrada, com o aspeto profissional mais sorvedouro. A idade dos grandes desafios profissionais é também a dos grandes desafios da educação dos filhos e das fragilidades dos pais e a vida é, tantas vezes, gerida ao minuto, num correr de dias e voo de meses. Os filhos crescem, os pais envelhecem e precisamos ter tempo só para ser, só para estar.

“(…) precisamos ter tempo só para ser, só para estar.”

“Mas isto é um canto
E não um lamento
Já disse o que sinto
Agora façamos o ponto
E mudemos de assunto
(…)”


Conseguindo satisfação neste equilíbrio entre trabalho e família, o sentido do cuidar pode até ir além do contexto familiar e abarcar a comunidade onde se está inserido, a preocupação com os outros, o cuidar solidário (que também é comum entre nós, voluntários).
Neste mundo incerto, complexo, ambíguo, imprevisível, precisamos de descobrir quais as ligações (à natureza, à família, aos amigos, ao trabalho, à comunidade, etc.) que nos dão segurança, confiança e que têm significado para nós. Essas ligações são as que moderam os desequilíbrios e restituem harmonia. É um exercício de reflexão, cuja necessidade tantas vezes sentimos, mas que os grandes desafios, que acima referi, vão adiando… Então, desejo-nos tempo para que “façamos o ponto” da vida, de vez em quando, e para que possamos vivenciar essas ligações.


Autora
Sofia Carruço
Psicóloga e Voluntária na Atlas – People Like Us, em Leiria

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Dia Mundial da Justiça Social

O Dia Mundial da Justiça Social, comemorado desde 2009 a 20 de fevereiro, foi uma data proposta em 2007 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, de acordo com a Resolução A/RES/62/10. O objetivo do Dia é promover esforços para enfrentar questões como a pobreza, o desemprego e a exclusão, tentando criar oportunidades para todos e combater as desigualdades no mundo.

Injustiças Sociais em 2021

Vivemos ainda num mundo marcado por várias e diversas injustiças sociais. Todos os dias, local e mundialmente, pessoas são excluídas socialmente pela sua história de vida, pelo género, pela raça, pela etnia, pela religião, pela doença e pela capacidade sócio-económica.

Em 2021 lidamos ainda com a pandemia Covid-19, que causou uma crise sem precedentes em todo o mundo. Estamos todos a viver os efeitos deste momento tão difícil na história. Porém, para uma grande parcela da população, a crise é vivenciada de forma ainda mais intensa e preocupante, devido às desigualdades sociais. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2020, 2,037 milhões de portugueses encontravam-se em risco de pobreza ou exclusão social. Na imagem seguinte percebemos que o risco de pobreza e exclusão social tem diminuido ao longo dos anos, ainda assim, 19,8% da população portuguesa encontra-se numa situação de extrema vulnerabilidade.

A luta pela Justiça Social

Quer seja a nível local, nacional ou internacional, pela sociedade civil organizada ou pelos governos, a luta pela justiça social é premente e leva-se a cabo, acima de tudo, através de uma:

  • Justiça Social preventiva: Aquela que garante políticas de informação, educação e capacitação para a igualdade.
  • Justiça Social interventiva: onde se integram as Políticas Sociais que permitem o (re)equilíbrio da pessoa na sociedade.

O papel do estado

A luta pela Justiça Social pode ser feita por todos nós (ver infográfico no fim da página) mas é de evidenciar o papel do Estado sendo que, de acordo com a Constituição da República Portuguesa, é dever do mesmo:

“b) Promover a justiça social, assegurar a igualdade de oportunidades e operar as necessárias correções das desigualdades na distribuição da riqueza e do rendimento, nomeadamente através da política fiscal;”

Artigo 81.º b) “Incumbências prioritárias do Estado” da Constituição da República Portuguesa

4. A tributação do consumo visa adaptar a estrutura do consumo à evolução das necessidades do desenvolvimento económico e da justiça social, devendo onerar os consumos de luxo.

Artigo 104.º “Impostos” da Constituição da República Portuguesa

O papel de cada um de nós

Partilhamos um infográfico do que cada um de nós, cidadãos e cidadãs, pode fazer.

Dia Mundial da Justiça Social – Infográfico ATLAS – People Like Us
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Dia Nacional do Doente Coronário

O Dia do Doente Coronário celebra-se todos os anos a 14 de fevereiro. A data foi institucionalizada pela Fundação Portuguesa de Cardiologia e comemora-se por todo o espaço da Comunidade Europeia. As doenças crónicas incluem doenças como a diabetes, cancro ou asma. Abordamos, de seguida, a sintomatologia associada.

Doença Coronária

A doença crónica é uma doença não transmssível, que se prolonga ao longo da vida, não se resolve espontaneamente e não tem cura (Center for Managing Chronic Disease (CMCD, 2015)).

“as doenças cronicas (…) são, de longe, a principal causa de mortalidade no mundo, representando 60% de todas as mortes. Dos 35 milhões de pessoas que morreram de doença crónica em 2005, metade tinha menos de 70 e eram mulheres”.
Organização Mundial de Saúde (2005)

Barros (2003) afirma que cada doença crónica é unica, pois enquanto umas podem acompanhar o sujeito durante toda a vida sem redução de sintomas, outras podem possuir prognósticos a curto ou médio prazo; umas podem implicar alterações pouco significativas na vida do doente, enquanto outras podem alterar significativamente a sua vida e levar a imensas restrições e à adsão a terapêuticas muito severas.

Para uma patologia ser considerada uma doença crónica, tem que mostrar uma ou mais das seguintes caracteristicas: provocar incapacidade, ser causada por alterações patológicas irreversíveis, necessitar de supervisão por longos períodos de tempo (OMS, 2005). Esta pode começar por uma condição aguda, normalmente insignificante, prolongando-se através de vários episódios de agarmento e remissão (Martins, França & Kimura, 1996). Manifestam-se através da interação de factores genéticos e factores ambientais externos (Hui, 2015).

Doença crónica nos idosos

Os idosos são a população mais afetada pelas doenças crónicas. A incidência de doenças como a hipertensão artial, o cancro, a diabetes e patologias cardiovascular aumenta com a idade. Para além destas doenças, a diabetes a depressão e a osteoartose, são algumas das doenças mais prevalentes entre os idosos. Esse aumento deve-se à interação entre factores genéticos predisponentes, factores fisiológicos de envelhecimento e factores de risco modificáveis como tabagismo, ingestão alcoólica excessiva, sedentarismo, consumo de alimentos não saudáveis e obesidade (Wong & Wong, 2005).

O lugar comum na luta pelo controle das doenças crônicas é a prevenção, primária ou secundária. Quando as condições crônicas são mal gerenciadas, os encargos de saúde tornam-se excessivos. Os profissionais de saúde têm como missão motivar a população a manter hábitos de vida mais saudáveis, além da manutenção e seguimento médico regular a fim da realização de diagnóstico precoce, caso essas condições se manifestem. 

O objetivo destes cuidados é não só aumentar o tempo de vida como a sua qualidade. O maior desejo é manter independência e  autonomia de cada indivíduo pelo maior tempo possível (Martins, França & Kimura, 1996). Nos cuidados específicos ao paciente idoso, com todas as suas caracteristicas e presença frequente de várias doenças associadas, torna-se, ainda mais importante a educação em saúde e uma abordagem holística. É importante que o idoso tenha informações sobre as doenças existentes, prevenção e tratamento, para que possa realmente sentir o quanto pode fazer por si mesmo. Os profissionais de saúde também devem contemplar o todo, o ser bio-psico-social (Barros, 2004).

Os tratamentos propostos, devem ser adequados a cada indivíduo. Para uma atenção global ao idoso, deve-se ter cada vez mais a certeza de que há grande benefício na atuação de equipas multidisciplinares, em todas as etapas do processo saúde-doença, seja na prevenção e compensação de doenças crónicas ou reabilitação.

Manter um estilo de ida saudável é uma forma de prevenir as doenças coronárias. 14 de fevereiro – Dia Nacional do Doente Coronário

Referências

Barros, B., Souza, C. & Kirsztajn, G. (2004). Qualidade de vida de pacientes portadores de glomerulopatias. In Pais-Ribeiro, J. & Leal, I. (Editores). 5º Congresso Nacional Psicologia da Saúde – A Psicologia da saúde num mundo em mudança. ISPA Edições. Lisboa.

Center for Managing Chronic Disease (CMCD). (2015). American adults more likely than europeans to be diagnosed with, treated for chronic diseases. Acedida a 2 de Fevereiro 2021 em http://www.medicalnewstoday.com/releases/83960.php

Hui, L. (2015). Aging and chronic disease as independent causative factors for death and a programmed onset for chronic Disease. Archives of Gerontology and Geriatrics, 60, 178–182.

Martins, L. M., França, A. P. D. & Kimura, M. (1996). Qualidade de vida de pessoas com doença crónica. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 4 (3), 5-18.

Organização Mundial de Saúde (OMS). (2005). Cuidados inovadores para condições crónicas: componentes estruturais de ação.

WONG J, WONG S: Evidence-based care for the elderly with isolated systolic hypertension. Nursing and Health Sciences 2005; 7: 67-75

Autora do artigo

Cláudia Silva

Psicóloga na ATLAS, Formada em Psicologia Sistémica e Familiar, com formação em Terapia do Luto com crianças e adultos.

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Mensagem de Ano Novo

Minhas amigas e meus amigos, caríssimos voluntários,

Costuma dizer-se Feliz Natal e Bom Ano Novo. Desejamo-lo sinceramente aos nossos familiares e nossos amigos, a toda a gente na verdade. Ninguém duvida disso. No entanto, quantos lutam por isso? Pela renovação que o Natal anuncia e a oportunidade que o Ano Novo traz? Barack Obama recorria frequentemente a uma frase muito clara: “Where you put your mouth you put your money” o que é o mesmo que dizer, compromissos são para cumprir! O ATLAS tem honrado os seus compromissos porque acredita que a confiança é o elemento agregador em qualquer sociedade e dar àqueles que já tiveram e já deram mas agora pouco têm e nada podem dar em troca, é um acto de altruísmo genuíno que constrói cada um de nós e enche a sociedade de orgulho ao ver cuidar de quem cuidou.

Ver fragilidade e tristeza nos corpos e no rosto de quem já teve vigor e alegria é algo que o ATLAS não aceitou nem aceitará nunca.

O estado actual que a Covid 19 nos trouxe é a prova disso. Nunca parámos e tornou-se muito mais evidente a importância da simples visita que cada um de nós faz, da palavra que deixa ou do sorriso que descuidadamente transborda quando a pretexto de levar uma refeição na realidade levamos uma taça de Esperança. Afinal não fomos esquecidos, pensam eles! Este gesto de solidariedade ao levar Confiança e Esperança, em que a pessoa, objecto da nossa atenção é celebrada simbolicamente com uma pequena porção de comida, reflecte-se e devolve a vida a quem faz o gesto. Essa alegria que sem ser esfusiante, ruidosa, brilhante ou açambarcadora, é aquela que nos faz sentir bem, que nos faz sentir realizados, que nos preenche trazendo bem-estar e Paz. Porque recebemos muito mais do que damos. Porque, na realidade, aquela pessoa frágil e só, acabou de nos mostrar que podemos acreditar mais em nós próprios. Uma sociedade que sente e que age é uma sociedade viva. 

“O homem que age não sofre.”

TS Elliot

Um Ano Novo cheio de Felicidades e de Paz.


RAQUEL PINA

Vice-Presidente da Direção
ATLAS – People Like Us

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Boas Vindas a 2021

Estamos a terminar o ano 2020 e a única forma de nos encontrarmos  para a despedida deste ano tão único e tão atípico é via ZOOM.                                                   

Nesta ocasião quero, em nome da Direção da ATLAS, agradecer a todos os voluntários da Atlas, à equipa técnica da Atlas e às coordenadoras. A todos, que Nunca deixaram de estar presentes nas ações de beneficência que a Atlas vem desenvolvendo, agradeço a forma dedicada e empenhada, o sentido de compromisso e o profissionalismo com que todos participaram ao longo deste ano marcado pelas máscaras, pelo distanciamento, e também pelo medo e pela solidão.


Houve muitos momentos de grande intensidade: o Estado de Emergência, os avanços da pandemia, as dúvidas sobre os melhores gestos para melhor proteger os mais fragilizados.

Soubemos partilhar dúvidas, mitigar medos, e continuar em frente.

Foi sempre um trabalho de equipa, de uma equipa muito competente e responsável focada na colaboração entre voluntários e com os parceiros.

Foi um ano particularmente pujante para os projetos do ATLAS graças ao trabalho árduo das técnicas do Atlas. E é a elas: À Ana Rita, à Rita , à Claudia e à Leonor que eu, em meu nome e em nome da Direção quero agradecer em particular. A sorte não é um acaso. Dá trabalho. E com esta equipa o Atlas cresceu e podemos mesmo dizer que o Atlas vive um momento único com os projetos em curso e prémios que nos obrigam a compromissos. Destaco os projetos que estão em curso:

  • Troféu Português do Voluntariado|2020, na categoria geral, promovido pela Confederação Portuguesa do Voluntariado ficámos com o compromisso acrescido de promover e divulgar o voluntariado, bem como o de divulgar as boas práticas de voluntariado,
  • Projeto financiado pelo Portugal 2020 que traz soluções de monitorização para promover a segurança, a saúde e o bem-estar dos idosos, com os dispositivos de georreferenciação, e os tablets que permitirão desenvolver actividades de estimulação cognitiva e manter uma rede de contactos
  • O Projeto Amigos em Casa, uma candidatura ganha do Programa VINCI para a Cidadania em que conseguimos verbas para o melhoramento das condições de habitabilidade das casas dos(as) idosos(as), contribuindo para um aumento do seu bem-estar, conforto e segurança.
  • Candidatura da Fidelidade que está no terreno a trabalhar o merchandising da Atlas que já é visível com a newsletter, o novo site, a loja virtual do ATLAS

Estes projetos estão no terreno também graças às coordenadoras do Atlas: Raquel, Ana Paula, Isabel, Dora e Sílvia, dedicadas e ativas na prossecução do bem-estar dos idosos e das famílias que o ATLAS apoia. E não vingarão sem os voluntários.

Fizemos 12 anos e não fizemos festa.

Não houve arraial, não houve gala com os parceiros, não houve festas do Bodo, nem as festas da Cidade na MG, nem Feira de Leiria. Não houve chá das 5 nem Aldeia Solidária no Natal. Não houve janeiras, nem almoço de natal! Mas houve voluntários que colocaram mãos à obra quando os restaurantes fecharam, e que estiveram sempre presentes quando mais necessário.

Na luta contra a pandemia que nos isola, na luta contra a solidão, o Atlas (para todos os seus projectos) precisa de todos.

Obrigada a todos, voluntários, coordenadoras e técnicas.

SOMOS UMA EQUIPA que acredita nos valores da Atlas: Cooperação, Compromisso, Criatividade, Solidariedade e Transparência. E somos uma equipa que está a crescer. O que semeámos em 2020 assegura-nos que vamos ter um ano 2021 repleto de boas colheitas.

Feliz 2021!


IRENE PRIMITIVO

Secretária da Direção
ATLAS – People Like Us

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Amigos em Casa

As ruas onde diariamente passamos, escondem realidades inimagináveis.

Atrás das paredes existem pedaços de desumanidade incalculáveis, tantas vezes descobertos pelos(as) voluntários(as) do Velhos Amigos. Tendo conhecimento dessas realidades escondidas, somos impulsionados a intervir, apoiando na debelação das necessidades sentidas pelos(as) idosos(as) que nas casas se refugiam.

É, em subordinação a este mote, que a ATLAS submeteu uma candidatura à segunda edição do Programa VINCI para a Cidadania propondo, no eixo de “Inclusão pela Habitação”, o Projeto Amigos em Casa. A premissa é sustentada pelo melhoramento das condições de habitabilidade das casas dos(as) idosos(as), contribuindo para um aumento do seu bem-estar, conforto e segurança. Pretendemos, com este Projeto, dar resposta às necessidades habitacionais dos nossos Velhos Amigos, respondendo às situações de precariedade e às carências habitacionais por eles sentidas.

Neste seguimento, é, com toda a motivação e entusiasmo, que a ATLAS, com o Projeto Amigos em Casa, foi uma das catorze contempladas com o apoio disponibilizado pelo Programa VINCI para a Cidadania. O Projeto foi um dos selecionados de entre os 65 projetos candidatos a esta segunda edição do suprarreferido Programa.

O Projeto Amigos em Casa objetiva a recuperação dos espaços habitacionais degradados ou inacabados de idosos(as) que vivem em isolamento social e vulnerabilidade económica.

Vamos, numa primeira fase e com o apadrinhamento da VINCI, reabilitar espaços habitacionais requerentes de intervenção urgente, através do equipamento com mobiliário e eletrodomésticos, de ações de limpeza e desinfestação e de ações de reconstrução (pintura, canalização, eletricidade, pintura, pavimentação) e remoção das barreiras arquitetónicas.

Pretendem-se casas amigas dos idosos, funcionais e seguras, que concedam melhores condições de habitabilidade, de molde a adiar a residencialização em Estruturas Residenciais para Idosos e a favorecer um ambiente doméstico mais favorável ao envelhecimento.

De molde a asseverar a sustentabilidade do Projeto (e porque se pretende uma resposta continuada), a ATLAS trabalhará a mobilização da sociedade civil e entidades públicas e privadas, com vista a que, a longo prazo, continue a ser possível dar respostas às necessidades das habitações dos(as) idosos(as).

Programa VINCI Para a Cidadania | LinkedIn
Mais informações sobre o prémio  aqui

RITA PRATAS

Assistente Social na
ATLAS – People Like Us

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ATLAS distinguida com Troféu Português do Voluntariado

No dia em que se celebra internacionalmente o Voluntariado, 5 de dezembro, a ATLAS-People Like Us foi distinguida com o Troféu Português do Voluntariado|2020, na categoria geral, promovido pela Confederação Portuguesa do Voluntariado.

No dia em que se celebra internacionalmente o Voluntariado, 5 de dezembro, a ATLAS-People Like Us foi distinguida com o Troféu Português do Voluntariado|2020, na categoria geral, promovido pela Confederação Portuguesa do Voluntariado.

Os/As voluntários/as da ATLAS foram congratulados com o referido prémio, numa iniciativa que assenta numa trilogia de objetivos, os quais:

  • Promover o voluntariado como exercício de cidadania ativa, de solidariedade e de dádiva na construção do bem comum;
  • Valorizar o voluntariado que contribua para a melhoria das condições de vida nas comunidades;
  • Divulgar boas práticas de voluntariado para potenciar a sua replicação e/ou a realização de novos projetos de voluntariado.

Da candidatura edificada pela ATLAS, no âmbito deste reconhecimento, partilhamos convosco um excerto, sequentemente apresentado, que consideramos ilustrar a incansabilidade dos/as voluntários/as que corporificam o Projeto Velhos Amigos.

Com o voluntariado, no âmbito deste projeto, são muitas as histórias cruzadas, são múltiplos os episódios que descrevem relações de amizades improváveis. De pessoas que fazem a diferença na vida de outras.

Começam como voluntários(as) mas rapidamente se tornam amigos(as). São incansáveis na dedicação que colocam no projeto e têm sido inigualáveis nos efeitos que têm instigado nos(as) idosos(as) acompanhados. Das cartas lidas aos passeios no jardim, dos telefonemas às ações de limpeza habitacional, do asseverar da jardinagem do pátio ao levar a jantar fora.

Os nomes são muitos. Impossíveis escrever numa página A4. Têm feito a diferença no dia a dia dos(as) beneficiários(as) do projeto e a refeição é só o pretexto para fazer parte das suas vidas e proporcionar momentos que pensavam não voltar a viver.

Do sentido de compromisso à responsabilidade. Sabem que são a última esperança nos últimos tempos de vida destes(as) idosos(as) e querem fazê-los crer que ainda têm experiências para viver.

Assim são os(as) voluntários(as) do Velhos Amigos.”

Este prémio é de todos/as vós: os que semana após semana se deslocam em viatura própria para entregar sorrisos, preocupação e afetos aos idosos; os que todos os sábados, ininterruptamente, doam refeições nutritivas aos nossos velhos amigos; as empresas e demais parceiros que instigam ao voluntariado e responsabilidade social, apoiando na superação das necessidades sentidas pelos beneficiários do Projeto; às nossas coordenadoras dedicadas e ativas na prossecução do bem-estar dos idosos e no asseverar do sucesso da dinâmica do Projeto.

Um bem-haja!

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Receita para um natal animado, à mesa 

Aproxima-se o Natal, momento de reencontro da família, do convívio, de gastronomia também e de alguns exageros nutricionais. Neste ano atípico, de confinamento, muitos de nós não irão viajar para os lugares habituais nesta quadra, o que, não retira a importância do momento ou a oportunidade de fazermos os mesmos almoços e jantares bem recheados de iguarias como o Bacalhau da Consoada, as Filhoses, o Arroz Doce, entre muitos outros.

É normal que ocorram alguns exageros alimentares e consequentemente nutricionais, levando a algum mau estar gástrico e o normal aumento de peso quando ingerimos muito mais calorias do que aquelas que necessitamos. Deixo algumas dicas para melhor passar esta quadra no que diz respeito à alimentação e nutrição: comece as refeições com uma sopa; inclua sempre verduras nas refeições principais; faça uma travessa de salada colorida e coloque sobre a mesa; faça uma salada de frutas frescas; beba muita água (um jarro bonito de água com ervas aromáticas no meio da mesa durante a refeição ajuda); faça caminhadas em família ou não descure a prática de exercício físico; não fique longas horas sentado à mesa ou no sofá; prefira os produtos locais e nacionais quando fizer as suas compras de Natal; na hora dos doces dê preferência aos frutos secos e não retire uma dose de todos, antes uma pequena colher; não exagere no consumo de álcool, faça cozinhados simples e prefira os produtos da época.


Bacalhau da Família

  1. Postas de bacalhau demolhado;
  2. Ervas e especiarias: sal, salsa, coentros, louro, tomilho, manjericão, sementes de coentros, pimenta preta, pimenta rosa, cravinho, noz moscada, canela hortelã, alho francês laminado finamente, fatias de presunto;
  3. Couves de corte cortadas e prontas a cozer;
  4. Batata e cenoura prontas a cozer;
  5. Azeite ainda fresco do lagar, vinagre de vinho tinto;
  6. Folhas de papel alumínio e cordel de cozinha ou mesmo ráfia;
  7. Bloco de notas e caneta.


Preparação: Comece por preparar todos os ingredientes e coloque sobre uma bancada na cozinha. Chame todos os seus convidados com uma hora de antecedência. Lance o desafio: cada um escolhe um familiar ou amigo para quem vai temperar a posta de bacalhau com os ingredientes disponíveis e escrever uma mensagem. Depois, cada um tempera a posta de bacalhau do seu par dentro de uma folha de alumínio, fecha e coloca no entremeio da folha de alumínio uma mensagem para o seu par, ata com a guita de cozinha ou ráfia e coloca um sinal de forma a saber para quem é. Reserve o bacalhau. Aqueça a água para cozer as couves, a batata e a cenoura. Aqueça o forno a 190º. Coza as verduras e coloque o bacalhau num tabuleiro ou grelha do forno por cerca de 20 minutos. Leve tudo para a mesa de Natal, cada um retira o seu bacalhau e lê em voz alta a mensagem que lhe foi endereçada. Pode sempre substituir a batata comum por batata doce, ou a couve por nabiças ou grelos. Divirtam-se em família, que o Natal é alegria!

Bons cozinhados, e Feliz Natal!


Rui Lopes

Voluntário na ATLAS – People Like Us
Nutricionista e Chef

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Tecnologia e o Desafio de Cuidar

“Vivemos todos, neste mundo, a bordo
de um navio saído de um porto que desconhecemos para um
porto que ignoramos; devemos ter uns para os outros, uma
amabilidade de viagem”

Fernando Pessoa in Livro do Desassossego

Ao longo do processo de envelhecimento é comum os nossos mais velhos depararem-se com algumas dificuldades. Tarefas que eram realizadas com facilidade passam a ser mais complicadas, por exemplo a visão e mobilidade podem ser afetadas, aumentando o risco de queda, e frequentemente surgem problemas de saúde.

Envelhecer pode trazer alguns desafios e para ultrapassá-los ter uma rede de proximidade de familiares, amigos, vizinhos, voluntários e outros heróis (des)conhecidos faz a diferença!

Cuidar de uma pessoa é uma tarefa nobre e exigente, que muitas vezes desafia a conciliação pessoal e que traz também desafios aos próprios cuidadores.

Por mais avanços tecnológicos que existam nada substitui a nossa “presença” mas o uso das tecnologias pode efetivamente ajudar, mesmo que à distância, sendo certo que um cuidador nunca pode ser substituído por máquinas/tecnologia.

Uma das grandes preocupações dos cuidadores são os vários períodos que os nossos mais velhos estão sozinhos. Frequentemente questionam-se se em caso de SOS ou de queda será possível auxiliá-los ou se conseguem voltar a casa quando já existem episódios de deambulação. Uma solução que permita a localização GPS e a comunicação permite por exemplo comunicar com o sénior sempre que necessário, manter o sénior “sempre acompanhado” e dar mais confiança, tranquilidade e qualidade de vida a ambos.

Na ATLAS há essa solução porque cuidar é um desafio permanente, mas pode ser facilitado! Conheça a nossa intervenção com tecnologia


Vanessa Baeta

Business developer na INTELLICARE.

Acredita que todos podemos fazer a diferença para um mundo melhor.  

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