No dia 19 de novembro realizou-se na Delegação ATLAS da Marinha Grande mais um “Encontro ao Serão”, uma iniciativa que em cada sessão se tem revelado muito interessante e agradável. Neste encontro o tema foi o “Burnout”, apresentado pela voluntária Catarina Fortunato.
Falar deste evento é simultaneamente fácil e difícil. Começo pela parte fácil: A forma amigável e acolhedora como fomos recebidos pelos anfitriões, a Dora Birrento e a equipa da Marinha Grande, o cuidado que puseram na preparação da sala, e a simpatia e profundo conhecimento do assunto que a oradora, Catarina Fortunato, tão claramente nos fez sentir.
Falar de assuntos sérios e complexos de uma forma acessível e interessante, que faz com que tudo pareça fácil, é uma arte que a Catarina tem em abundância, mas que falta ao autor destas linhas. E é aqui que entro na parte difícil deste texto: Escrever umas linhas que façam justiça à qualidade do que foi dito! Confesso que não consigo melhor solução de que respigar das próprias palavras da Catarina algumas das ideias apresentou.
Comecemos pelo título e subtítulo da apresentação, que constituem por si só, um tema para reflexão: “Sinto que preciso de parar: Será que estou a entrar em Burnout?” e “A importância do cuidado e da instalação de microhábitos” que, como nos referiu, tratam-se de passos positivos em direção a uma vida que nos faça sentir mais realizados. Mas o que é o “burnout”? Segundo a Organização Mundial de Saúde, trata-se de um “fenómeno ocupacional”, uma “síndrome” (conjunto de sinais e sintomas que caracterizam uma doença) “causado por stress laboral crónico mal gerido”, que se manifesta por “exaustão emocional, despersonalização/desumanização, e baixa realização profissional”. É fácil perceber as consequências destes sinais e sintomas nas nossas vidas profissionais e privadas! E não se pense que estamos a falar de algo que só acontece aos outros ou que, se nos acontecer, significará que somos fracos num mundo de fortes e, por isso, o melhor será carregarmos sozinhos as nossas dificuldades! Não, definitivamente nenhuma dessas situações corresponde à realidade! “Portugal é o país europeu com maior risco de burnout” e “se algum dia sentirmos que estamos a precisar que cuidem de nós, não é um fracasso pedirmos ajuda!” Bem pelo contrário: “É sim um ato de coragem e de querer recomeçar”! Por isso “precisamos de parar para cuidar de nós próprios! Só assim poderemos garantir que daremos o melhor de nós a cuidar dos outros” e “se estamos realmente empenhados em cuidar das pessoas de quem mais gostamos e em termos mais sucesso na nossa vida profissional, a nossa prioridade deve ser sempre: Investirmos em nós próprios!”
O debate que se seguiu entre os 24 participantes no Serão foi um sinal de quanto o assunto interessou a todos. Um debate vivo e amigável entre pessoas conscientes das dificuldades que a vida nos pode trazer por razões absolutamente externas à nossa vontade, mas que acreditam que “quando nós mudamos, tudo à nossa volta muda!”
A Catarina terminou com um desafio a cada um dos participantes: “O que levo daqui hoje para implementar já amanhã?”. Pela minha parte, o que fiz no dia seguinte, guardo para mim, mas o que certamente farei para o ano, partilho convosco: Assistir à apresentação que a Catarina nos prometeu fazer num Serão em 2022!
Obrigado, Catarina!
Autor
Rui Bingre
Voluntário da ATLAS
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