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Quando o “Não” é para banir


Por incrível que pareça aos oitenta e quatro anos fui convidada para fazer parte de um projeto que me era totalmente desconhecido e em tudo diferente daquilo a que estava habituada. 

Aceitei porque quase bani do meu vocabulário a palavra «não».

Acho-a uma palavra demasiado forte e só a uso em situações extremas. Prefiro substituí-la por um sorriso.

Devo dizer que não fazia ideia do que me esperava. Aceitei e gostei. Foi aí, nesse projeto, que tive verdadeira consciência de que é: no dar que se recebe e que se recebe sempre mais do que aquilo que se dá. 

Eu saía para ir fazer companhia a quem estava só, mas verdade é que eu também beneficiava dessa companhia. Entretanto surgiu a pandemia, diminuíram as visitas, foram aparecendo elementos novos e cessei as minhas atividades.

De qualquer modo continuo na retaguarda pronta para o que seja preciso dentro das minhas possibilidades e capacidades.

Conheci pessoas maravilhosas, além das que já conhecia, tanto utentes como cuidadoras, que muito admiro e que vieram aumentar o meu grupo de amigos.

Recordo aqui alguns encontros que ficaram para sempre na memória. Bem-haja a todas e a todos. Um abraço de profundo reconhecimento. Convosco fiquei mais rica. 


Autora
Maria Fernanda Alegre
Voluntária do Projeto Velhos Amigos, nasceu a 6 de julho de 1933, no concelho de Condeixa a Nova. Fez o curso no magistério primário. Depois de se reformar, tem-se dedicado ao voluntariado.

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